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terça-feira, junho 25, 2002

E o Festival de Cannes chegou ao fim. O Brasil ganhou apenas três Leões na categoria filmes: um de prata para a W/Brasil por uma campanha para a Fnac; um de bronze para a DM9, pelo filme "Cego", para a Telefonica; e outro para a Leo Burnett, pelo filme "Vertical", para a Fiat Ducato. O Grand Prix da categoria foi para o filme "Tag", da Nike.

Você pode ver os filmes premiados aqui. Eu não ainda vi todos, mas até agora o meu preferido foi este aqui, um filme argentino para a Coca-Cola que levou um Leão de Prata. Um exemplo de criatividade! Para não ser copiado, se é que vocês me entendem... ;-)


7:56 PM .
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Está no ar o novo filme do Golf, da Volkswagen, criado pela Almap/BBDO. Uma senhora estende a roupa que acabou de lavar em um varal na beira da estrada. Quando ela termina, senta-se em uma cadeira diante da roupa, liga o rádio e olha no relógio. Logo passa um carro a toda velocidade, e a ventania que o carro provoca seca toda a roupa ne mesmo instante. A senhora se levanta e começa a conferir e recolher a roupa. Só aí vemos o carro, zunindo na estrada, enquanto o locutor anuncia o novo "golf, com câmbio tiptronic e motor turbo de 180 cavalos. O prazer de dirigir agora chega mais rápido."

A fotografia é bem cuidadosa, e impressiona. O close no rosto marcado da senhora, nos pingos que caem da roupa encharcada evidenciam esse cuidado. À primeira vista, achei completamente inverossímil a dona sentar pra ouvir rádio como se não tivesse mais o que fazer. Só depois eu reparei que ela olha no relógio, ou seja, ela sabe que o carro vai passar ali e secar a roupa. E foi exatamente esse o detalhe que foi a gota d'água para confirmar a minha suspeita: esse filme é uma chupada descarada do filme do gueropa!

Acompanhem comigo: os dois filmes mostram pessoas pobres, simples, que vivem na beira da estrada e têm seu cotidiano alterado pela passagem de um carro em alta velocidade. Enquanto no filme do Renault Clio o jovem empregado espera ansiosamente pela passagem do carro que toca a música que ele gosta, no do Golf a dona já sabe a hora certa de estender a roupa para que ela seque depressa. Nos dois filmes, também, só depois da conclusão da história do personagem da beira da estrada é que ficamos sabendo qual é o carro.

É público e notório que em publicidade "nada se cria, tudo se copia", e a gente já está mais do que acostumado a ver referências e citações de fórmulas anteriores já consagradas. Mas, nesse caso, o que me incomodou foi o exagero. Toda a estrutura do filme foi copiada! A impressão que eu tenho é que o sujeito pegou o roteiro original e só foi trocando: sai o rapaz, entra a senhora; onde ele varria, ela estende a roupa, quando ele se planta lá fora esperando o carro, ela senta e olha no relógio... É o tipo de coisa que, quando discreta, a gente nem vê, ou vê e releva, mas assim tão explícito me faz desconfiar do caráter dos responsáveis. Pelo menos comigo é assim.


2:54 PM .
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segunda-feira, junho 24, 2002

Em meados de 1999, começou a ser veiculada no Brasil a campanha do cartão de crédito MasterCard, que está no ar até hoje. Criada pela agência Mccann-Erickson de Nova York, e depois adaptada para diversos países, a campanha "Não tem preço" alcançou um sucesso estrondoso.

O primeiro filme que eu me lembro de ter visto era de uma moça se preparando para sair, enquanto as legendas mostravam quanto havia custado cada peça da produção, como vestido, maquiagem, cabeleireiro. No final, ela chega maravilhosa em uma festa e a conclusão do anúncio surpreende: "ver a cara de bobo do seu ex-namorado: não tem preço!" E só então a gente descobria qual era o anunciante: "existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras, existe MasterCard." Brilhante!

A excelência da idéia não está apenas na surpresa do final, mas sim no inusitado de se inverter totalmente o ponto de apelo em uma propaganda de cartão de crédito! Enquanto a concorrência se esforça para mostrar as vantagens e o status de se ter determinado cartão, a MasterCard revoluciona a publicidade ao fazer um filme destacando exatamente aquilo que ele não pode nos dar! Por um instante, a gente até acredita que eles estão verdadeiramente interessados em nossos problemas pessoais... E é nesse instante, que pra qualquer pessoa normal não dura mais que alguns segundos, é que somos irremediavelmente conquistados! Como uma cantada barata, que fala exatamente o queremos ouvir, mas mesmo sabendo disso nos deixamos levar.

É claro que não precisa uma análise muito profunda para ver que as tais coisas "que o dinheiro não compra" podem ser muito facilitadas por ele, confirmando a máxima que diz que "dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a trazer". Ou vocês acham mesmo que o ex-namorado da moça ia ficar com cara de bobo se ela não tivesse gastado os tubos com uma bela caprichada no visual?

Hoje, quase três anos e vários filmes depois da estréia, podemos que constatar que, felizmente, a MasterCard não se contentou apenas em manter a linha dos primeiros comerciais. Seus últimos filmes são de uma qualidade técnica espetacular, e, sem abrir mão do mote inicial, apresentam um novo e surpreendente elemento: a fantasia.

Tomemos como exemplo o filme "futebol", que foi resultado de um workshop em Miami com cinco equipes de criação da América Latina. Com uma fotografia linda e uma trilha sonora perfeita, o filme mostra uma partida de futebol em um presídio, num campo todo enlameado. Ao mostrar uma dividida entre os jogadores, o locutor diz: "jogo de caneleiras, 58 reais com MasterCard". Ao mostrar o juiz assoviando com os dedos na boca, "apito de prata, 150 reais com MasterCard". Aí a imaginação do espectador é um elemento fundamental. Não é mais necessário mostrar as coisas tão explicitamente. A partida prossegue até que um chute mais forte isola a bola para além dos muros da prisão. Um dos presos nem pensa duas vezes: pula o muro e, quando os guardas já se preparam para persegui-lo, devolve a bola e retorna para terminar o jogo. "Amar o futebol mais que tudo: não tem preço."

Ao contrário do que muita gente pensa, o filme acima, mesmo tendo sido veiculado em muitos países, foi produzido no Brasil, pela FilmPlanet. Brasuca também foi a produção do filme que está no ar atualmente, em que dois comerciantes rivais disputam uma partida imaginária, até que um "gol" é marcado, quebrando o vidro da loja de um deles, e quase culminando numa bela pancadaria. A conclusão? "Vestir a camisa da paz: não tem preço." Este último, que conta até com efeitos especiais no melhor estilo "matrix", é obra da Conspiração Filmes.

Se ainda restam dúvidas sobre a genialidade dessa campanha, basta apurar os ouvidos para o que o povo anda falando por aí. Não que seja uma campanha muito comentada, mas eu apostaria sem medo que essa é uma das campanhas mais parodiadas de todos os tempos! Basta uma busca rápida pela internet, esse terreninho tão fértil para a disseminação de besteiras, para descobrirmos um sem fim de piadinhas fazendo troça com times de futebol, ou com pessoas que pagaram um mico em público, e até mesmo com o atentado ao WTC, todas se utilizando do formato MasterCard! Além disso, assim como os bordões de novela, a expressão "não tem preço" passou a ser uma constante no vocabulário popular. Se isso não é sucesso, eu não faço idéia do que seria!

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1. Esse texto foi publicado no fanzine 700km. Agora, eu também escrevo sobre publicidade lá toda semana. Pra quem gosta não só de publicidade, mas também de cinema, literatura, turismo, quadrinhos e outras coisas divertidas, é um prato cheio! Intervalo recomenda! ;-)

2. Eu não achei links para nenhum dos filmes da MasterCard veiculados no Brasil. Se você por acaso sabe de algum, por favor, mande pra mim... Obrigada!


9:38 PM .
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sexta-feira, junho 21, 2002



Essa é a propaganda da DPZ que está causando confusão em Cannes. Deixei para mostrá-la em um post separado porque queria abordar outro aspecto que não a suposta fraude no festival. Na verdade, queria analisar apenas a peça, que eu, particularmente, não gostei. Não tenho a menor pretensão de contestar os bambambans de Cannes que a premiaram, mas como esse é um blog, e como tal tem caráter pessoal, acho que vale registrar a minha opinião.

Lubrificante íntimo é um daqueles produtos, digamos assim, delicados. A linha entre a criatividade e o mau gosto é muito, muito tênue. E a peça acima apresenta uma falsa sutileza que se desfaz quando nos lembramos da real utilização do produto. Não importa se é uma metáfora, é impossível não imaginar "outra coisa" ao ver esse tubo muito maior que a caixinha. E, acreditem, a sensação causada não é nada agradável.

Acho que os anúncios desse tipo de produto deveriam desistir de vez de metáforas engraçadinhas e se focar mais em informações mais objetivas. Sei lá, mostrar um casal sob os lençóis com cara de feliz e informar que o gel é o mais vendido, por exemplo, seria uma sutileza verdadeira, e não agressiva. Se o anunciante quiser ousar, que mostre um casal gay. Mas, pelo amor de Deus, parem de tentar mostrar uma coisa grande entrando em algo pequeno. É grosseiro, sim.

Falo porque não é a primeira vez que vejo essa gracinha em um anúncio de lubrificante. Há algum tempo atrás, recebi num desses e-mails que são infinitamente repassados, uma propaganda do Gel Lubrificante Manix. O produto e o anúncio são franceses, e eu não consegui descobrir a agência responsável. Mas consegui resgatar a peça nos arquivos de uma lista de discussão. Na época, a pessoa que mandou considerou o anúncio criativo e sutil. Eu discordei veementemente, achando a peça uma violência. Como esse é um blog democrático, posto aqui para que vocês mesmos tirem suas conclusões:




6:46 PM .
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Esta semana está rolando o Festival de Publicidade de Cannes, e uma peça brasileira tem causado polêmica. Trata-se de um banner criado pela DPZ para o lubrificante íntimo K-Y Gel, da Johnson&Johnson, que ganhou o Leão de Ouro na categoria Press&Outdoor. Só que o anunciante já não é cliente da agência há mais de dois anos, e a Mccann-Erickson, atual dona da conta, contestou o prêmio. Segundo ela, nem a J&J sabia da existência da peça, que nunca chegou a ser veiculada. Até o momento, a DPZ não se pronunciou sobre o assunto.

Na categoria Press&Outdoor, o Brasil conquistou 15 prêmios:

- 4 Leões de Ouro, um para a Giovanni, FCB, pela peça "Independência", para a Harley Davidson, um para a Lew, Lara, pela campanha "Devastation", um para a AlmapBBDO, pela campanha "Ossos", para a Mizuno, e um para a DPZ, pela peça do K-Y Gel.

- 6 Leões de Prata, um para a Leo Burnett, pela campanha para a Frescarini, um para a Young and Rubicam Brasil, por uma peça para a Lycra Dupont, um para a Giovanni, FCB, pela peça "Manequim", para a Harley Davidson, um para a F/Nazca, pela campanha da joalheria Natan, um para a TBWA/Cápsula, por uma peça para a Bic e um para a DM9DDB, pela campanha para o Young Creatives Brasil 2002.

- 5 Leões de Bronze, um para a F/Nazca, por outra peça para a joalheria Natan, um para a AlmapBBDO, pela campanha para o Audi AG, um para a DM9DDB por uma peça para a Honda, um para a TBWA/Cápsula pela campanha para a Diveo e um para a JW Thompson, por uma peça para a Bavária.

O Brasil ainda possui 14 finalistas na categoria filmes. Acompanhe a cobertura (em português) do festival aqui.


6:14 PM .
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quarta-feira, junho 19, 2002

em todo lugar,
pelas ruas do país,
tá todo mundo junto
na vontade de ser feliz

dribla com o coração,
e na garganta um grito de gol,
essa magia sacode o brasil,
levanta a galera,
deixa todo mundo a mil

é a torcida do brasil,
futebol e paixão
é bola na rede
coca-cola na mão!


Enquanto os guaranás se engalfinham pra lá, eu já elegi esse o meu jingle predileto nessa copa! Simples, direto, animado e contagiante! E ainda tem a voz do Toni Garrido! Assim como na hora do jogo a gente nem se lembra dos problemas do país, e fica torcendo cegamente pelo nosso país, eu confesso que quando ouço esse jingle eu não quero nem saber se a Coca-Cola patrocina ou deixa de patrocinar mais da metade do mundo! Sou Coca-Cola desde pequenininha! :o)

Questões emocionais à parte, o filme é muito bem produzido. Tanto que o Pelé no finalzinho não faz a menor diferença, ele empolga por si só, mesmo sem ter as piadinhas tão em moda ultimamente. É a eficiência da simplicidade: futebol, carnaval, paixão e Coca-Cola. É isso aí!

A conta da Coca-Cola é da Mccan-Erickson e o jingle foi produzido pela Deff Reclame, de Porto Alegre. Quem quiser baixar a versão completa do hino, com 1 minuto e meio de duração, é só clicar aqui (1,76Mb - clicar com o botão direito e escolher "salvar destino como"). Essa versão em mp3 eu consegui no site Advertising on-line. No site da Coca-Cola tem mais filmes e jingles para ver e ouvir, mas eu não consegui baixar.


1:01 AM .
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domingo, junho 16, 2002

Linda, linda a nova campanha do amaciante Comfort! Criada pela Ogilvy, a propaganda cria um "mundo de pano" de fazer inveja a algumas produções hollywoodianas.

Já havia uns dias que estava passando um teaser dessa campanha. O logotipo da Comfort, bordado, aparecia enquanto o locutor anunciava que "vem aí, um mundo de pano". Já achei a logo uma graça, mas só hoje vi o filme completo.

A mamãe e a filhinha de pano vão a um médico de pano pra saber se a bolinha que a mamãe tem no rosto é grave. O médico diz que não, que é normal da idade, mas que é possível retardar o aparecimento das bolinhas usando-se o novo Comfort Classic com colágeno. O médico passa a receita e ainda dá uma amostra grátis para a filhinha usar também. No final, um toque de humor fecha o filme: no ponto de ônibus, depois da consulta, mamãe e filhinha se sentam ao lado de uma senhora abarrotada de bolinhas. A menina solta uma daquelas indiscrições típicas das crianças, "ih, mãe, aquela ali não se cuidou, hein?", enquanto a mãe, sem graça, tenta driblar a saia justa.

Tudo nesse filme é perfeito. A produção é impecável. O cenário é colorido e rico em detalhes. Os movimentos humanos foram cuidadosamente reproduzidos nos bonecos e nas roupas graças a esqueletos de aço, espuma e tecidos coloridos, e a filmagem foi feita quadro a quadro, ou seja, a cada mínimo movimento, muda-se a posição dos bonecos e tira-se uma espécie de fotografia. A produtora responsável pelo trabalho foi a Lobo.

O roteiro também é excelente. Ao personificar as roupas, o amaciante é tratado como um produto de beleza. Se considerarmos que o público alvo dos amaciantes é o mesmo que o dos cremes e loções, e que esse público já está careca de saber da eficiência do colágeno no retardamento das marcas do tempo, vemos que o resultado final é um golpe de mestre: não são necessários grandes esforços para convencer a consumidora da eficiência do produto, basta apresentar uma situação e deixar o inconsciente dela trabalhar sozinho.

O comercial ainda tem a grande vantagem de deixar abertas portas para que se torne uma mega-campanha, inesquecível. As possibilidades são inúmeras, desde a criação de uma novelinha, até a distribuição de bonecos de verdade para a criançada. Mas isso tudo é especulação minha, não li nada sobre o assunto.

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Aproveito a deixa para fazer uma ressalva, não em relação à campanha. É que essa não foi a primeira vez em que eu procurei e não encontrei um site do produto anunciado. Não precisava ser nenhum portal cheio das coisas, não, bastava uma pagininha simples, com algumas informações básicas. Algum lugar para o qual eu pudesse pôr um link quando escrevesse o nome do produto. Nem isso a Comfort tem. E o site da Unilever, que fabrica o amaciante, também deixa muito a desejar.

Hoje em dia, eu acho imprescindível que as grandes marcas (aliás, até as pequenas!) tenham seu lugar na rede. O público internauta, além de ser cada vez maior, é formador de opinião e em geral possui um poder aquisitivo razoável. Uma boa página sobre o produto pode virar referência. Só para dar uma idéia, eu diria que a esmagadora maioria de pessoas que chegam nesse blog vêm através de sites de busca, e normalmente procuram informações sobre determinado produto ou campanha. E eu já cansei de ver gente que primeiro procura na internet, para depois procurar no catálogo!

É indescritível o prazer que dá quando vamos ao site do produto e encontramos uma grande variedade de informações. Em compensação, a frustração de se tentar um www.comfort.com.br e dar de cara com um "page not found" é tão grande que quase chega a ofuscar o brilho da campanha. Espero mesmo que as agências e os próprios anunciantes abram o olho para esse aspecto da comunicação. Afinal, na publicidade, assim como no futebol, quem não faz, leva. E, fala sério, já imaginaram que fofura que seria "um site de pano"? :o)


12:54 AM .
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sábado, junho 15, 2002

Um dia ensolarado. Uma praia cheia. Uma mulher linda toma sol na praia. Um homem comum, meio magrelo, meio desengonçado. Faz sinais para a mulher dizendo que gostaria de conversar com ela. Ela pergunta, por sinais, se é com ela mesmo que ele quer conversar. Ele confirma.

Você está achando isso tudo familiar, né? Parece uma tal propaganda de cerveja... Parece, mas não é. Continuemos:

A mulher responde, por sinais, que é para o homem se aproximar. Eles se aproximam e continuam conversando através de sinais. O letreiro diz que "ser surdo é como falar outra língua. Aprenda a língua de sinais". Quem assina é a Casa de Cultura do Silêncio.



A referência ao comercial da skol é tão explícita que eu acredito que isso nem seja considerado plágio! Até o letreiro utiliza fontes que remetem à cerveja! E eu considero essa uma grande sacada.

Normalmente, os anunciantes pequenos, principalmente esses de causas sociais, são produções pobres, quase caseiras, e se perdem no meio da multidão de anúncios. Esse, não. Logo na primeira cena, prende a atenção por induzir o telespectador a achar que se trata de mais um capítulo da outra paquera. A produção é muito bem feita e a surpresa do final ajuda a fixar a mensagem. Tanto que, no filme, o endereço eletrônico anunciado é do hpg, um site de hospedagem gratuita. Agora, uma semana depois de começada a veiculação, a Casa de Cultura do Silêncio já tem domínio próprio. Pelo menos esse retorno eles já tiveram.

A agência responsável é a Giovanni, FCB, e a produção é da Conspiração Filmes. Eu encontrei essas informações no final do filme que você pode assistir clicando na figura acima. A Casa de Cultura do Silêncio não consta na lista de clientes da agência nem da produtora.


10:40 PM .
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segunda-feira, junho 10, 2002

Os amantes de uma boa briga devem estar se deliciando com os últimos lances da guerra dos guaranás. Não sei quanto tempo as peças vão ficar no ar, mas quem viu teve o privilégio de presenciar um fato raríssimo na publicidade brasileira: a citação (e a provocação) explícita de um produto pelo concorrente. Vejamos:

Kuat 1 x 0 Antárctica
O tenista Gustavo Kuerten pede um guaraná e recebe uma latinha do guaraná antártctica. Ele joga a lata de volta. O vendedor também devolve e eles ficando jogando a lata um pro outro, como numa partida de tênis, até que Guga pára e reclama: "pô, cara, joga direito". Basta isso pra que ele receba, dessa vez, uma latinha de Kuat, que é prontamente aceita. O tenista ainda ri e cutuca: "aprendeu, hein?" A assinatura é "Kuat. O guaraná que vai ganhar você!" (DPZ)

Essa provocação, mesmo sutil, deu o que falar. Apesar de assumir que o guaraná Antárctica ainda é praticamente sinônimo de guaraná, o filme sugere que o consumidor não aceite mais esse tipo de imposição. Até o cuidado com as palavras - "joga direito" - é merecedor de palmas. Afinal, jogar o Kuat é que é jogar direito, mas em nenhum momento é feita qualquer depreciação do concorrente.

No dia 7 de junho, o site Propaganda & Marketing publicou uma notícia sobre essa peça em que dizia que, "de acordo com a assessoria de imprensa da Ambev, fabricante e distribuidora do Guaraná Antarctica, a empresa não irá mudar sua linha de comunicação." Será?

Doce ilusão! Um produto não tem a liderança que o guaraná Antárctica tem se brincar em serviço, ainda mais tendo o trunfo que tem, o patrocínio da seleção. E foi com um contra-ataque fulminante, finalizado por um golaço do fenômeno Ronaldinho, que a estrela da Ambev humilhou o pobre Kuat...

Kuat 1 x 1 Antárctica
Jogadores trajando uniformes de diversas seleções, todas com o logotipo da Coca-Cola em destaque, aparecem na tela, um depois do outro. O locutor diz, com todas as letras, que "os gringos da Coca-Cola apóiam várias seleções, e ainda dizem que estão junto com você torcendo pelo Brasil. Bonito, hein?" Pausa. Corta pra uma latinha de guaraná Kuat, sozinha num fundo preto. Dá pra perceber que o locutor fala rindo: "Muito bem. Os gringos da Coca-Cola fizeram isso, e falam que isso é guaraná!" Corta para o close do Ronaldinho, que só pergunta: "E aí?" Finalmente, aparece uma camisa da seleção com o patrocínio do guaraná Antárctica e o locutor termina: "Guaraná Antárctica, original do Brasil. Na camisa e no coração dos brasileiros..." (Carillo Pastore Euro RSCG)

Não há dúvidas de que a resposta foi infinitamente mais agressiva que o primeiro filme. Segundo o Conar, "a publicidade comparativa será aceita, contanto que (...) não se caracterize concorrência desleal, denegrimento à imagem do produto ou à marca de outra empresa (...)". Isso é muito subjetivo. A propaganda não mente, apenas induz o consumidor a tirar suas próprias conclusões.

Em uma matéria do Estadão sobre o assunto, a Coca-Cola anuncia que vai entrar com representação no Conar contra a Ambev, e alega que "o concorrente deu um soco em Kuat abaixo da linha da cintura, sem respeitar uma empresa que tem 50 anos de Brasil, usando de uma linguagem xenófoba ultrapassada." Tá certo que foi o Kuat que começou, mas algo me diz que, infelizmente, "os gringos" vão levar a melhor nessa. De qualquer forma, eu acredito que a jogada foi cuidadosamente planejada, ou seja, a Ambev sempre soube muito bem que se arriscava a ter que tirar o filme do ar, mas o pouco tempo que teve já foi suficiente para dar o seu recado.

Finalmente, a guerra começou a ter destaque na imprensa especializada. O site Blue bus apresentou uma nota com o título de "Guaraná, comercial baixo nível" em que a resposta da Antárctica é taxada de "desproporcional, inadequada e deseducada ". Seis notas se seguiram, até agora, com e-mails de leitores. Alguns concordam, usando expressões como "rancor", "apelação" e "incapacidade criativa". Outros acham que quem apelou foi a Coca. Houve quem comparasse a briga aos barracos do Ratinho.

Eu só sei que, ao contrário do Ratinho, desse barraco eu tô gostando, e muito. Achei as duas peças criativas e ousadas, e já estou ansiosa pelo próximo lance. Só espero que não baixe o "espírito-do-juiz-coreano" no pessoal do Conar, e que eles deixem o jogo prosseguir. Afinal, eu quero ver gol!


11:24 PM .
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quinta-feira, junho 06, 2002

ai, eu quero, quero tanto
que você me aceite do jeito que eu sou
muito inibido, recatado, tímido
puro de amor
ai, eu quero, quero tanto
que você me aceite do jeito que eu sou
arrebatado, atirado, rápido
sem pudor
sempre nessa vida solta
fazendo a gente se chegar
ao encontro natural
muito bom de se ficar
ai, eu quero, quero tanto
que você me aceite do jeito que eu sou
descabelado, malucado, doido
mas muito integrado nesse nosso amor


***********************************

O dia dos namorados é sempre um terreno fértil para toda a sorte de baranguices. Cupidos, corações e "demonstre todo seu amor dando um..." são figurinhas carimbadas em todo tipo de publicidade.

Surpreendentemente, o Shopping Del Rey, de Belo Horizonte, conseguiu fugir do óbvio mesmo utilizando a canção acima – breguérrima, diga-se de passagem –, de Claúdio Nucci e Mauro Assumpção. É claro que o spot de rádio ficou meio prejudicado, mas a parte visual da campanha compensa...

O destaque é a idéia de se mostrar casais nem sempre convencionais, emoldurados por parênteses. O rapaz com a moça mais cheinha, ou a mocinha com o homem com cara de nerd são alguns exemplos. No final, a assinatura "O amor tem múltipla escolha. O Shopping Del Rey também." No mínimo, original.

A agência responsável foi a Lápis Raro e você pode conferir o filme* e ver os cartazes ampliados nesta página, que pertence ao site do shopping. Lá também está toda a ficha técnica da campanha.

* Lá diz que o filme estará disponível a partir de 6/6, hoje. Até agora ainda não está, mas achei melhor deixar o link para que quem tiver interesse possa voltar mais tarde.


12:47 PM .
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quarta-feira, junho 05, 2002

quando a luz dos olhos meus
e a luz dos olhos teus
resolvem se encontrar
ai que bom que isso é, meu Deus,
que frio que me dá
o encontro desse olhar
mas se a luz dos olhos teus
resiste aos olhos meus
só pra me provocar
meu amor, juro por Deus
me sinto incendiar
meu amor, juro por Deus
que a luz dos olhos meus
já não pode esperar
quero a luz dos olhos meus
na luz dos olhos teus
sem mais lará-lará
pela luz dos olhos teus
eu acho meu amor
que só se pode achar
que a luz dos olhos meus
precisa se casar.


Está no ar, desde o dia 31 de maio, a campanha de lançamento do Novo Polo, criada pela Almap/BBDO. Além do filme, de um minuto, também foram criados dez anúncios, um site, spot para rádio e outdoors.

Ao som da canção acima, de Vinícius de Morais, o filme destaca os faróis duplos do automóvel sendo refletidos nos olhos das pessoas, como que provocando uma "paixão à primeira vista". O filme é realmente lindo. Tanto a fotografia quanto a música foram muito bem trabalhados, e produziram o impacto necessário.

A única coisa que ficou a desejar, a meu ver, foi o mote. Os faróis duplos, redondinhos, lembram uma Mercedes. Intencionalmente, a campanha faz alusão a essa semelhança quando, ao final do filme, aparece a frase "Você está achando que é um carrão? Acertou." Só então vemos que é o novo Polo, da VolksWagen. Ora, por uma piadinha fácil, a campanha acaba criando uma decepção no espectador. Eu mesma fiquei vidrada no filme, querendo saber que carrão era aquele, e quando vi fiquei meio frustrada: "Ah, é só um Polo..."

Não sei mais pessoas tiveram a mesma sensação que eu. Talvez a beleza do filme seja tanta que acabe envolvendo e fixando mais que o próprio texto. Talvez. Mas pra mim ficou uma sensação de que o filme poderia ser impecável, mas pecou num detalhe besta...


4:26 PM .
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