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terça-feira, setembro 24, 2002

Por trás de um vidro de box embaçado, vemos um vulto de homem tomando banho, cantando e dançando numa alegria quase infantil. O locutor, que é ninguém menos que o Pelé, fala que até ontem nosso amigo sofria problemas de disfunção erétil, mas tomou coragem e consultou um médico. A câmera mostra a esposa feliz ouvindo a cantoria do marido e corta para o Maracanã (?), onde o Pelé agora aparece e recomenda a quem tenha esse problema que "fale com seu médico. Eu falaria". Esse é o último filme da campanha criada pela Zero11 Propaganda para a Pfizer.

A escolha de Pelé - que recebeu R$2 milhões para estrelar a campanha - foi um acerto. Ele é uma pessoa idolatrada, respeitada e séria, e por mais que possa ter sido alvo de inevitáveis piadinhas, não passa, definitivamente, a imagem de impotente. Sei lá como seria alguém com cara de impotente, mas o Pelé, o rei do futebol, ah, ele não. No entanto ele se despe dessa imunidade que a fama lhe dá e se coloca lado a lado com todos os outros homens. Afinal, se até o Pelé admite que pode ser impotente (não que é, mas que pode ser), quem estaria livre? Ninguém. O primeiro passo para a quebra do tabu foi dado, e muito bem dado. Outro ponto positivo foi a responsabilidade com que o assunto foi abordado. Apesar de todos saberem que é uma propaganda de Viagra, o nome do remédio sequer é citado, e a recomendação é sempre que se procure um médico. Palmas!

A idéia de mostrar o sujeito cantando no banheiro também foi sensacional! Mostra bem a dimensão da alegria que uma decisão simples (procurar um médico) pode proporcionar. A gente acha mesmo que ele lavou a alma na noite anterior! O único defeito aí, pelo menos eu achei, foi a esposa. Na hora que mostra a esposa ela está com um sorriso, mas com uma cara de que tá pensando "ô, tadinho, tá tão feliz...". Sinceramente, a impressão que eu tive foi que durante o período difícil do marido ela não teve o menor problema. Bem, pode ter sido apenas uma falha na direção, mas pegou mal...

Finalmente, o Maracanã. Ok, ok, eu sei que ele simboliza que qualquer um numa multidão pode estar sujeito a ter uma disfunção erétil, eu sei que ele tem tudo a ver com Pelé, eu sei que futebol e sexo são dois dos assuntos preferidos dos homens, mas mesmo assim, não tem nada a ver aquele Maracanã ali! Primeiro porque não combina em nada com o resto do filme, segundo porque, vejamos se eu vou saber explicar, futebol parece que é meio rival do sexo. Sei lá, eu acho que quando o homem tá mais interessado em acompanhar a terceira divisão do campeonato regional do que em namorar, isso é sintomático. Daí que eu não sei se estender essa associação de assuntos para além da figura do Pelé é uma boa. Mas talvez eu esteja viajando demais.

No filme é dado o endereço deste site, onde você pode tirar dúvidas sobre a dificuldade de ereção e até fazer uma auto-avaliação.


2:55 PM .
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A DPZ é a agência responsável pela atual campanha da Coca Cola Light, com o conceito "Você com tudo". A idéia é associar o refrigerante a ousadia e atitude, e até o visual das latinhas foi modificado, ficando mais jovem e arrojado.

A campanha possui dois filmes. O primeiro, "Serão", mostra uma mulher trabalhando tarde da noite. Pela janela, um rapaz do prédio ao lado puxa assunto com ela, com gestos. Ela mostra que sua coca light acabou e ele escreve um cartaz com um telefone de tele-entrega. Mais tarde, a mulher se surpreende ao ver que o "entregador" é o próprio rapaz. Esse filme é simpatiquinho, engraçadinho, meiguinho, mas nada além desses "inhos". O rapaz foi ousado e criativo, o filme é bem feito, mas nada de espetacular. Nâo tem nada que "pegue".

O segundo filme se chama "Carro". Uma mulher tranca o carro com a chave e sua coca light dentro. Enquanto isso, três homens vêm andando e se mostram entusiasmados com a bela estampa da moça. Ela vai na direção de um deles com um olhar sedutor e decidido, arranca o cinto do estupefato rapaz e com ele abre a porta do carro, sem ajuda. Pega a latinha, dá um gole, olha pro mocinho e joga o cinto no banco do carro, batendo a porta e seguindo seu caminho sem se importar com ele, que continua olhando com cara de bobo.

Antes que pensem mal a meu respeito, quero deixar claro que eu DETESTEI esse filme. É inegável que ele chama bem mais atenção que o primeiro, mas eu abomino a apologia dessas atitudes babacas. O George já comentou que propaganda machista sempre dá pano pra manga por aqui, o que é verdade porque eu não engulo mesmo essas coisas. Mas, convenhamos, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Uma coisa é você ser uma mulher moderna, arrojada e independente, outra, muito diferente, é ser estúpida e grossa. Quer dizer que se eu tomar coca light eu vou ficar sarada e gostosa e isso vai me dar o direito de seduzir e e esnobar o primeiro coitado que cruzar o meu caminho? Não, obrigada, prefiro continuar sendo uma pessoa agradável e simpática, mesmo que não atraia muitos olhares na rua.

Apesar do filme infeliz, a Coca Cola Light tem nas mãos um caminho muito interessante. O slogan "Você com tudo" é simples, curto e sintetiza bem a idéia de ousadia que a marca quer fixar. Se a comunicação se focasse no aumento da auto-estima, sem que isso trouxesse junto uma atitude arrogante (aí o primeiro filme se encaixa bem, só que é meio fraquinho), era possível produzir uma infinidade de bons anúncios.


11:23 AM .
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segunda-feira, setembro 23, 2002

É bem verdade que campanhas de creme dental primam pela idiotice, mas tem um filme no ar atualmente que bate todos os recordes! É o do Colgate Tripla Ação. Vejam que belezura de jingle:

Este é André, ele está apaixonado...
quer halito fresco!
O seu pai conseguiu um emprego melhor...
quer os dentes brancos!
Sua irmãzinha Ana tem um novo dente...
precisa de proteção anti-caries!
Mamãe tem o que eles precisam:
Colgate Tripla Ação!!!
Para refrescar seu hálito,
deixar os dentes brancos
e te proteger das cáries...
Uma super mãe confia em Colgate Tripla Ação!
Refrescância, dentes brancos e proteção!


Além do jingle sofrível, o filme é todo péssimo. Cada personagem aparece "representando" o seu papel, dançando e olhando para a câmera com cara de bobos, confirmando o que diz a musiquinha. Uma tristeza! Se você não viu e quer conferir, o filme pode ser visto no site do produto.

Até onde eu sei, a conta da Colgate Palmolive é da Young & Rubicam, mas não achei mais nenhuma informação sobre o filme na internet.


3:54 PM .
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Eu curti a peça da NBS para o lançamento dos celulares Oi MTV. Com o slogan "Oi MTV. Você ainda mais íntimo da MTV", o filme brinca levando ao pé da letra essa intimidade...

Um adolescente acorda com um braço gordo, peludo e tatuado sobre ele. Olha para o lado e vê ninguém menos que João Gordo dormindo na sua cama. Levanta apavorado, corre para o banheiro e senta... no colo do Thunderbird, que lê um jornal no trono e ainda reclama "não está vendo que está ocupado?". O jovem corre para a cozinha, para beber água, e vê a VJ Didi lavando suas cuecas no tanque, e reclamando do estado delas!

O filme segue a estética das outras peças da Oi, mas tem a marca da irreverência da MTV. Tem coisas nojentas, como a "freada de bicicleta" na cueca que a Didi lava, mas é adequado ao público alvo: adolescentes. A única coisa que eu achei um pouco falha é que no filme não fica muito claro quais são as vantagens do Oi MTV em relação a um Oi comum.

Além do filme, veiculado em TV e cinema, a campanha também conta com anúncios de revistas, rádio e mídia on-line.

[atualizando]

Acabei de ler no evillage que foram criadas novas e inovadoras peças para essa campanha. Apelidados de "pipidoor", os cartazes serão afixados nas portas de banheiros de bares e boates do Rio de Janeiro. O cartaz ao lado, com a VJ Didi, traz a frase "Não tinha lugar melhor para dizer que ficamos mais íntimos".

Achei uma idéia genial! Além de ser algo totalmente inusitado, casa perfeitamente com a imagem de irreverência que o produto pretende passar.


3:32 PM .
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quarta-feira, setembro 11, 2002

Depois da festa toda que a DM9 fez ao ganhar a conta da DuPont, creio que muita gente estava ansiosa como eu pra ver o resultado... Eu já vi dois filmes (são três) e gostei muito.

O primeiro se chama "História" e mostra o surgimento da Lycra. Como um documentário, mostra um laboratório cheio de cientistas que pesquisam um tecido que estique, mas volte à forma original depois sem deformar. Enquanto as imagens mostram testes em que o tecido fura, ou fica todo amarfanhado depois de esticar, o locutor vai explicando que a DuPont investiu muito pra buscar esse tecido, e blábláblá, até finalizar com "e depois de tudo isso, você vem e chama qualquer tecido que estica de lycra?". Nessa hora, os cientistas todos se viram indignados para a câmera e reclamam: "aaahhhh, nãããooo!"

O segundo filme que eu vi se chama "Área de serviço". Uma moça tira a camiseta da máquina de lavar e comenta que a máquina acabou com sua camiseta de lycra. Aí, dois daqueles cientistas do filme anterior saem, um de dentro da máquina (!) e outro de dentro do armário, para vir em defesa da máquina, e explicando que ela que não comprou a camiseta da verdadeira lycra.

Os dois filmes são bem engraçados, apesar de o primeiro ser mais "didático". Mas o apelo maior vem no final! Os cientistas seguram uma etiqueta gigante, igual à que vem nas roupas com lycra, e balançam, olhando para a câmera como se quisessem hipnotizar o espectador e repetindo: "Se tem essa etiqueta é Lycra? só Lycra é da DuPont? se tem essa etiqueta é Lycra? só Lycra é da DuPont?" Além de ser engraçado, é uma coisa que fica na cabeça da gente, e não ficou chato.

Aliás, a etiqueta é peça importante da campanha. Seu design foi reformulado e ela agora pode vir nas cores vermelho, azul, verde, laranja, rosa e lilás (antes era só p&b) com a assinatura "Só Lycra é DuPont". A idéia é reforçar que essa ? e somente essa ? etiqueta é garantia de qualidade.


6:10 AM .
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terça-feira, setembro 10, 2002

Este é o José.
Esta é a floresta do José.
Esta é a andiroba da floresta do José.
Este é o shampoo da andiroba da floresta do José.
E esta é a Ana, que usa o shampoo de andiroba da floresta do José e ajuda a continuar a história da andiroba, da floresta e do José.


É mais ou menos esse o texto da lindíssima propaganda da linha Ekos, da Natura. Mais ou menos porque escrevi de cabeça, não consegui achar na rede qualquer informação sobre a peça. Descobri, com muito custo, que a conta da Natura era da Guimarães, que foi incorporada pela Thymus Branding e não mais será agência de publicidade.

O filme, como dá pra perceber pelo texto, mostra o José, a floresta, a andiroba... A fotografia é muito bem-feita, quase cinematográfica, e ajuda a construir a imagem de um produto de qualidade. A gente até acha que o shampoo de andiroba deve ser mais caro, mas ele pode ser caro, porque ele é bom, porque ele é feito com cuidado e, principalmente, porque ele tem preocupação social e ambiental.

Esse é o grande trunfo da linha Natura Ekos: não se vende apenas um excelente produto de beleza, mas sim uma forma de participar da construção de um Brasil auto-sustentável, de abraçar uma causa. Eles devem até ter ganhado um bom número de consumidores que adoram participar dessas causas desde que não tenham trabalho, e que compram produtos ecologicamente corretos para aplacar a consciência. Independente disso, a Natura parece desenvolver um trabalho realmente sério. O ideal mostrado no filme não é apenas um apelo comercial vazio, mas um trabalho concreto da empresa, que é parceira da TV cultura no Projeto Biodiversidade Brasil.

A linha Ekos usa o conceito "viva a sua natureza", aliado ao slogan da Natura, "bem estar bem". Ambos trazem a sugestão de que cuidar bem do corpo e cuidar bem do planeta são duas coisas muito próximas, e, claro, gratificantes. Slogans perfeitos para fechar um filme perfeito, muito bem estruturado no conteúdo e muito bem cuidado na forma. De encher os olhos!


10:33 PM .
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Eu achei bem interessante o último filme da Brasil Telecom, "Repare bem", criado pela Salles D'Arcy. Um atleta corre pelas ruas da cidade com o patrocínio da Brasil Telecom bem visível na sua camisa. Enquanto isso, o locutor fala "A Brasil Telecom patrocina o triatlhon brasileiro. Mas o nosso desempenho mesmo você vai ver agora. Repare bem". Nesse momento da fala, a cena volta para o início e recomeça, agora chamando atenção para diversos detalhes que a gente não repara da primeira vez.

Os orelhões da Brasil Telecom estavam no fundo quando o atleta passa. Uma tampa no asfalto protege os fios e cabos que passam ali embaixo. Uma janela esconde uma empresa que utiliza os serviços da operadora de telecomunicações. Todos esse detalhes são acompanhados, é claro, da locução, que explica bem o que é cada coisa, e dá números. Além da surpresa de mostrar ao espectador algo inesperado, a peça é inteligente também ao evidenciar que muitos dos serviços que a empresa presta, a gente não vê mesmo, mas são importantes. Simples e direto. Gostei.

Esse filme dá continuidade a um trabalho institucional desenvolvido pela Salles D'Arcy com o conceito "Brasil Telecom é você sem limites".


5:54 PM .
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quinta-feira, setembro 05, 2002

Eu ainda não consegui ver o tal filme do desodorante Axe de que todos falam (mal), do rapaz ensinando a as moças a usar a embalagem, mas já vi outro, do mesmo produto, que me parece igualmente interessante como assunto de post... Trata-se do filme "Metamorfose", criada pela agência argentina Vegaolmosponce, do grupo Lowe.

Ao som de "Love's in the air", um sequência de imagens vai mostrando o "caminho" percorrido pelo desodorante. Simplificando: um homem usa Axe e é picado por um inseto, que é comido por uma rã. Aí aparece o casalzinho de rãs transando. Uma delas é pega e vira o jantar de um velhinho, que atrai uma mulher linda, vai pra cama com ela e morre do coração. No final, os vermes que passeiam sobre o túmulo do velhinho acabam no drink de um outro sujeito, que na mesma hora se torna super-atraente para as mulheres. Aí entra o letreiro anunciando o efeito prolongado do desodorante Axe.

Eu confesso que custei a ter uma opinião formada a respeito dessa peça, já que fiquei estupefata quando vi a primeira vez! Já vi quem a achasse excelente. Eu achei muito surreal, e muito nojento. Não acho legal associar a imagem de um desodorante, que deve ser limpinho e cheirosinho, a sapos e vermes. Considerações escatológicas a parte, continua não me agradando a idéia de um produto se vender baseado apenas na possibilidade que ele oferece de um cara pegar mulher. Ainda mais de uma forma tão irracional! As mulheres se sentem atraídas pelo cheiro, e correm para os machos como que hipnotizadas, não precisa ser bonito, inteligente, ter bom-papo, nada. Enfim, no fim das contas, eu não gostei da propaganda, não mesmo.

O que me deixou mais assustada foi ver que esse filme ganhou um Leão de Ouro nesse último Festival de Cannes! Das duas uma: ou eu não entendo nada mesmo de propaganda, ou o Festival premia piadas, inclusive as sem a mínima graça! Já fiz essa mesma crítica aqui, na época do evento, mas eu sempre me surpreendo. Agora, nem tanto ao mar nem tanto à terra: eu achei esse filme ruim e não daria um prêmio a ele, mas também achei um absurdo saber que sua veiculação foi proibida na Inglaterra por "ferir a sensibilidade do espectador"! Ora bolas, será o telespectador inglês um imbecil que não sabe formar sozinho suas próprias opiniões? Se se sente ofendido, que não compre o produto, mas proibir a veiculação da peça é um pouquinho muito, né não?


11:20 PM .
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terça-feira, setembro 03, 2002

Depois daquela troca nada sutil de gentilezas com seu concorrente, o Guaraná Antárctica volta à mídia com força total. A campanha "Seja o que for, seja original", criada pela Carillo Pastore Euro RSCG, é criativa, bonita e ousada.

Na primeira fase, a campanha foi composta por três filmes, cada um com duas historinhas que culminam na constatação de que só o Guaraná Antárctica é original. Por exemplo, no filme "Silicone/Paquera", mostra um juiz tirando as medidas de uma modelo em um concurso. Quando ele passa a fita métrica pelos seios da moça, ela pára, estende a mão em direção a câmera, pega uma latinha do guaraná e entrega para ela. A moça pergunta se é para ela e ele responde "Alguma coisa aqui tem que ser original"! Essa frase sempre fecha as historinhas. No filme "Dor de cabeça/Político", um candidato dá uma entrevista prometendo todas aquelas coisas batidas e absurdas que candidatos prometem em época de eleição, como acabar com a fome, com a seca do nordeste, e por aí vai. De repente, todos o microfones "viram" latinhas do Guaraná Antárctica!

Os filmes são em preto e branco, e só as latinhas são coloridas. O efeito da lata "explodindo" na tela, cada vez que alguém estende a mão em direção à câmera para pegá-la, ficou muito bem feito. Apesar de não acrescentar muito ao conceito central do filme, dá um charme, um toque de "originalidade" bem apropriado.

Agora, a campanha já está numa segunda fase. Está no ar o filme "Torpedo", em que duas garotas estão num bar quando recebem um bilhete do garçom. Ao ler a nada criativa cantada "você acredita em amor a primeira vista?", as meninas não pensam duas vezes: mandam uma latinha de Guaraná Antárctica para o infeliz. O desaventurado rapaz ainda pensa que se deu bem, e manda beijinhos para as garotas, mas nós, espectadores, não temos a menor dúvida da intenção do presente! Esse filme difere dos outros por ter uma história só, maior e com um roteiro mais elaborado que as primeiras.

Eu aposto no sucesso da campanha exatamente porque ela já sugere um bordão que tem tudo pra pegar! Assim como o famoso "não é nenhuma Brastemp" ganhou as ruas, eu não me surpreendo se logo as pessoas estiverem brincando com as situações do comercial, utilizando em seu cotidiano a respostinha "Alguma coisa aqui tem que ser original". E o que não falta na vida é situação para produzir mais muitos filmes sobre o tema...


3:44 PM .
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segunda-feira, setembro 02, 2002

Uma das mais bem sucedidas campanhas no ar atualmente é a da Ipiranga, desenvolvida pela Talent. Com o slogan "Apaixonados por carro como todo brasileiro", a campanha está no ar desde 1996, sempre dinâmica, sempre apresentando um novo filme e mantendo um padrão de qualidade. Não me lembro, nesse tempo todo, nenhum filme que se destacasse exageradamente, mas a constância não prejudica o sucesso da proposta!

O fato é que, sem grandes alardes, a Ipiranga vem emplancando seguidos filmes muito bons, com uma ou outra escorregadela perdoável, sempre criando uma situação engraçadinha, uma piadinha que se fecha no próprio filme. Quem não se lembra do homem que ficava horas procurando uma vaga na sombra, até parar embaixo de um coqueiro, e, claro, ter o carro premiado com um coco? Ou do enfermeiro que acabou de lavar sua branquíssima ambulância e por isso se recusa a transportar o paciente que "vai emporcalhar tudo"?

De tempos em tempos, o foco da campanha muda, mas o conceito continua o mesmo, assim como a abordagem bem-humorada. Atualmente, há a preocupação em alertar sobre os riscos de abastecer em postos que vendem gasolina adulterada, ou "batizada". No filme "ultrapassagem", o carro anda tão devagar que é ultrapassado por todo mundo, até pelo velhinho que vende pipoca. O filme "pitstop", um dos poucos de toda a campanha que eu não acho bom, mostra um piloto de corridas parando nos boxes e não conseguindo voltar pra pista por causa da péssima qualidade da gasolina. Talvez se o piloto não tivesse uma voz tão esganiçada eu nem achasse o filme ruim...

Outra novidade é que a campanha agora foi estendida também às lojas de conveniência ampm, ligada à rede Ipiranga. No filme "farol", um adolescente fala sobre as vantagens da loja até a entrada de uma loira peituda. Ele avisa a moça que os faróis estão acesos, e ela briga, achando que os faróis, no caso, eram seus seios. Mas não eram.


2:23 PM .
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A DNA Propaganda, de Belo Horizonte, conseguiu criar para a Telemig Celular a antipropaganda perfeita. Se alguém quisesse ostensivamente me afugentar, talvez não conseguisse tão bem! Tá certo, justiça seja feita, o filme foi produzido para um público-alvo bem definido, mas eu fiquei impressionada com o tanto que eu me identifiquei fora desse público!

O filme divulga os serviços de CHAT e CUPIDO que a operadora oferece. Na tela pedaços de rostos que vão se alternando o tempo inteiro, de acordo com a figura abaixo. Nenhuma trilha, nenhuma locução. O único som é um bip, indicando fim da mensagem. Até aí o serviço não me interessaria, mas eu não teria tomado tanto pavor pelo filme. O pesadelo está no letreiro! Na parte de baixo da tela, as frases vão aparecendo, uma a uma:

Ai kara
se vc tafim
di si ligah
numa galera
tipoassim
intaum pega
seu cel
e manda
a palavra CHAT
pru numero 500

Vc ta loka
pra encontrah
um namo
q loveyou
intaum pega
seu cel
e manda
a palavra CUPIDO
pru numero 500
q vc acaba
achando o kara

Inovacao
na tc e assim
Ops
Inovação
Na Telemig Celular
é assim


Acho que deu pra sacar o motivo do pânico, né? Eu tenho aversão absoluta a esse tipo de linguagem, nada me faz entender, por exemplo, o motivo de se escrever "ligah" e "encontrah", em vez de "ligar" e "encontrar", já que o número de caracteres é o mesmo! E cá pra nós, "um namo q loveyou" é de lascar! Enfim, se a Telemig Celular acredita mesmo que inovação é validar uma linguagem primária, que imbeciliza e limita o indivíduo, ela está em seu direito, mas perdeu pontos no meu conceito. Poderia muito bem partir da mesma idéia, e até utlizar as abreviações comuns na internet, como "vc", "q" e "tb", mas construindo um texto que não agrida a inteligência de quem assiste.


11:00 AM .
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