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segunda-feira, outubro 04, 2004

Por quê será que a grande maioria dos sites de agência adora pôr outra janela pra pular na sua cara enquanto a primeira fica ali, paradinha, só com a marca da empresa? Que porre!

2:48 PM .
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Eu gosto muito da nova campanha da Becel. Com a narração de Paulo Goulart, os filmes falam de acontecimentos importantes que estão reservados para o futuro: para um torcedor fanático, uma conquista da copa do mundo pelo Brasil, no Brasil; para um futuro avô, a sensação de carregar o netinho pela primeira vez; para uma grávida, a formatura do filho que ainda nem nasceu. A conclusão de cada filme é que já está na hora de começar a cuidar do coração.

Os filmes além de muito bonitos são bem criativos. Da primeira vez que eu vi, fiquei tentando adivinhar qual seria o produto e me surpreendi ? positivamente ? com a revelação de era o creme vegetal Becel. Cheguei a pensar que era de plano de saúde, mas aí já não seria tão inesperado... Num momento em que cada vez mais pessoas buscam cuidar bem da saúde e da qualidade de vida, a marca que sempre teve essa preocupação soube passar bem o seu recado.

A campanha, entitulada "Prepare seu coração", é da Lowe.


2:37 PM .
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sexta-feira, outubro 01, 2004

A Lápis Raro é a agência responsável pela campanha da Unimed-BH que apresenta o Unimed Solução Empresa, um plano "conversável" e adaptável para qualquer perfil de empresa. A campanha é genial, e eu fiquei um tempão procurando nos sites achando que ela era nacional!

Na primeira etapa, filmes bem humorados retratam duas empresas, uma grande e uma pequena. Eu não sei dizer de qual filme eu gosto mais! Num, é retratado um amigo oculto, feito num auditório, em que uma funcionária compra o presente e faz o discurso para sua amiga oculta Guiomar, sem saber que "a sorteada" na verdade é homem. No outro, um chefe manda sua secretária convocar toda a equipe pra uma reunião, e ouve a resposta de que "nós somos a equipe, Dr. Perilo!". Para qualquer tamanho de empresa, a Unimed-BH tem a solução! Muito boa sacada, os filmes caíram na boca do povo e o Dr. Perilo já entrou pra (minha) galeria de tipos publicitários inesquecíveis!

A segunda etapa da campanha informa que a empresa pode pagar tudo, uma parte ou nada, dependendo de cada realidade. Aí entram depoimentos de donos de empresas que contrataram o serviço e estão satisfeitos: o árabe não quis pagar nada na sua lojinha, o português da padaria gostou de poder pagar só metade, e os italianos da pizzaria assumiram o pagamento integral. Explorando o humor e os estereótipos, mas sem cair no politicamente incorreto, a mensagem mais uma vez é passada de maneira eficiente e divertida.

Os dois primeiros filmes podem ser vistos no site da Lápis Raro.


4:03 PM .
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quinta-feira, setembro 30, 2004

Um rapaz chega para cortar o cabelo na mesma barbearia que freqüenta há doze anos, e vê sua longa cabeleira ir embora pelas mãos de alguém que se disfarçou de barbeiro. Um casal gosta de ir ao mesmo restaurante há séculos mas um belo dia um bando de chatos ocupa sua mesa predileta e os convence a sentar em outra. Um trabalhador é interceptado no caminho do serviço e por uma turma que o obriga a acompanhá-los por outro caminho.

Essas são as ações da equipe de terroristas da Intelig que estão arduamente empenhados em encher o saco das pessoas, ou, na visão retardada deles, tirá-las da rotina! No fim de cada filminho desses, um engomadinho aparece dizendo "nossos especialistas tiraram ele da rotina. Saia da rotina você também, use 23". Isso é uma sugestão ou uma ameaça? Mêda!

Eu acho que a Intelig deve estar desesperada! Eu gostava tanto de umas propagandas antigas, até elogiei aqui (tem tempo...), mas de uns tempos pra cá, só piora! Aquela do "liga, liga, liga, liga, liga 23" parodiando o Carlinhos Brown já era uma tristeza, esses novos, além de serem péssimos, são praticamente um atestado de fracasso! Se pra sair da rotina devemos ligar 23, então o 23 não está mesmo na rotina de ninguém, né?

Ando meio enferrujada, não descobri nada sobre essa campanha na internet, apenas que a conta pertence à Giovanni, FCB.


1:13 PM .
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terça-feira, setembro 28, 2004

Daí que é só ficar um tempo à toa para o bicho-carpinteiro despertar e começar a coçar. Eu sei, eu tenho certeza que esse blog não vai voltar à atividade que tinha nos primeiros tempos. Nem vou prometer nada. Mas hoje resolvi tirar a poeira, com o que tinha disponível. Perdi um layout, fiz outro mais ou menos parecido. Perdi muitas das figuras que ilustravam os posts, eu diria que uns 90%. Mas os textos estão todos aí. E o mais importante: os links. Dei uma conferida pra ver o que estava vencido, o que dava pra atualizar, mas aos poucos vou acrescentando o que surgir.

Reforço que isso não é uma retomada com o velho gás. Nem sei sobre o que vou escrever amanhã (porque hoje já tá na hora de ir embora...). Pode ser que amanhã eu venha e delete tudo, quem sabe? Hmm, acho que não, deu um trabalhinho. Sei lá, vamos ver...


5:27 PM .
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quinta-feira, julho 17, 2003

Quase três meses de sumiço. Não é a primeira vez que eu sumo, mas é a primeira vez que passo um bom tempo pensando que não quero voltar. Uma vez, eu conversava com o Luis sobre os rumos do 700km e nós constatamos exatamente o quanto é inevitável que certas coisas, mesmo boas, acabem. Ou mudem, e muito.

A primeira vista parece uma afirmação pessimista, mas não é. As coisas mudam para que novas coisas boas possam surgir e ter lugar. Eu gostaria de ainda ter o mesmo pique, o mesmo tempo, o mesmo tesão e as mesmas idéias que eu tinha quando o Intervalo começou, mas acabei direcionando isso tudo pra outros caminhos que também estão sendo bons. Minha vó sabiamente dizia que "dois proveitos não cabem num saco só", e ela tinha razão.

Assim sendo, peço desculpas a todos e agradeço imensamente o carinho de quem andou me mandando e-mails preocupados que não tive nem ainda a vergonha de responder. Mas o fato é que o blog está oficialmente suspenso, mesmo.

Deixo tudo publicado, como está, afinal eu acho os arquivos legais e esse tantão de links deu uma trabalheira pra juntar! Mas sem promessas de novos posts, que essa é uma preocupação que eu não quero ter. Quem quiser manter contato, o outro, o blog-buteco-díptico continua, lá do jeito dele mas continua.

É isso... ah... tá? :-)


2:22 PM .
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domingo, abril 27, 2003

Em tempos de boicote aos ícones norte-americanos, eu não poderia deixar de falar da última campanha da Coca-Cola. Com o novo conceito "Essa é a Real", a campanha já estréia como um marco na história da publicidade da marca no Brasil: pela primeira vez, em 60 anos, a McCann divide com outra agência, a Loducca, os méritos da campanha da Coca-Cola clássica. Não consegui informações sobre os motivos dessa mudança, mas o site da Loducca dá um esperado destaque ao seu novo cliente.

Sei que tenho que tomar cuidado com as palavras senão os mais empolgados vão vir dizer que eu estou malhando uma campanha excelente, que eu devia ir lá fazer melhor, essas coisas. Então vamos deixar claro: de modo geral, eu gostei da campanha. Tenho minhas ressalvas, mas gostei. A produção é impecável, os jingles são ótimos e as piadas ? ah, o meu velho problema com as piadas! ? não são cansativas (ainda), apesar de um pouco perigosas por estimularem um comportamento não muito recomendável.

A campanha é composta por cinco filmes e cinco jingles. Dos filmes, quatro são historinhas com um final engraçadinho em que a Coca-Cola é apenas um coadjuvante. Eu sempre disse aqui que não gostava desse tipo de estratégia, e continuo não gostando, mas digamos que a Coca-Cola pode se dar a esse luxo. Ela não precisa mais convencer ninguém, "vender" nada, conquistar. Ela só precisa se manter lembrada, estar nas bocas (com duplo sentido) e para isso uma boa piada serve. Mesmo não sendo meu método predileto, esses filmes não chegam a me dar gana de mudar de canal toda vez que passam... :)

Essa intenção de reforçar a marca fica ainda mais evidente quando analisamos os jingles. Aliás, nem sei se eles podem ser classificados como "jingles". São cinco músicas, em cinco estilos diferentes (pop, rock leve, rock metal, rap e samba), com letra e melodia muito bem trabalhadas, que em algum momento falam de Coca-Cola e possuem o verso "Essa é a Real". Definitivamente, as cinco músicas da Coca-Cola não são nem de longe comparáveis aos jingles convencionais de estrutura simples e refrão chiclete.

Mas tudo parece ser menos importante quando vemos o quinto filme. Com a lata de Coca-Cola sempre no centro da tela, o cenário e os personagens se alteram em torno dela ao som da versão pop do ? vá lá! ? "jingle". É o filme mais forte, o mais impactante. Já ouvi elogios e críticas, mas despercebido ele não passa! Coloca a Coca-Cola como centro do universo, nada tem mais importância que ela, tudo pode ser substituído, abandonado, esquecido, mas apenas Coca-Cola é a real. É inquestionavelmente uma pretensão se posicionar dessa forma, mas a Coca-Cola tem cacife para arriscar essa polêmica e arcar com as consequências!

É possível ver os filmes e ouvir as músicas nos sites da Coca-Cola e da Loducca.


7:39 PM .
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quinta-feira, abril 17, 2003

Ahá! Eu não falei? Acabei de ver no Recall que a Oi está processando a Vivo por plágio da campanha!

A notícia está no mmonline, e o Nizan já teve a cara-dura de dizer que foi apenas coincidência. Será que nenhuma agência quer me contratar como ombudsman? ;-)


7:10 PM .
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se as mulheres são tudo na sua vida
se não pode deixar de paquerar
na união dos conquistadores de mulheres
pra você sempre haverá um lugar

convicção
você precisa pra ganhar
convicção
acredite e vencerá

convicção
não precisa de nada mais
que o novo axe para conquistar


Esse é jingle, ou melhor, o hino do novo desodorante Axe, o Convicção. O filme segue mais ou menos a mesma linha daquele do "love is in the air", que eu detonei no ano passado. Só que desse eu gostei.

Eu demorei um pouco a comentar porque eu queria ver mais vezes. Esse filme também me causa um certo estranhamento, mas não mais o nojo que o outro filme cheio de vermes me causava. Talvez por isso eu consegui ver com mais bom humor a canastrice que é tão propositalmente exagerada nessa propaganda. É o cúmulo do brega, ao quadrado! Mas eu só deixei a resistência de lado mesmo quando descobri o site da União dos Conquistadores de Mulheres! Gente, é hilário!

Eu costumo gostar muito, mas muito mesmo, quando um produto extrapola o convencional e brinca com as possibilidades que a internet oferece. O site é obviamente machistérrimo, mas também obviamente não é pra ser levado a sério! Mesmo porque um "movimento" tão bem organizado de homens à caça de mulheres é uma coisa meio gay... :p Mas, enfim, a brincadeira é ótima, e o site acaba criando uma comunidade, ainda que na base da gozação, de potenciais consumidores do produto. Lá, além de poder ver o filme que passa na TV e ler o manifesto da UCM, também é possível conhecer as estratégias, encomendar uma poesia instantânea pra enviar pra sua *presa*, mandar uma promessa virtual (!) e ainda deixar registradas suas histórias de conquistas.

O filme é perfeitamente coerente com a postura cafa do movimento, e mostra os "irresistíveis" conquistadores chegando junto nas mais inusitadas situações (às vezes nas mais inusitadas mulheres, também). Meu nível de abstração só não conseguiu, por mais que eu me esforçasse, entender qual é a desse peixe aí no meio. Alguém?


6:48 PM .
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segunda-feira, abril 14, 2003

O casal Unibanco existe há mais de 10 anos e nesse tempo todo passou por altos e baixos. Eu até já falei nesse blog que meu casal Unibanco predileto foi o formado pelos atores João Camargo e Drica Moraes, há muitos e muitos anos atrás.

No ano passado, a fórmula foi ressuscitada pela W/Brasil com a Débora Bloch e o Luis Fernando Guimarães. Foram bons filmes, engraçados, mas sem a excelência do meu casal preferido. Aí este ano, não sei por que motivo, trocaram o Luis Fernando pelo Miguel Falabela. E nem sei se a culpa é do ator, mas o fato é que a campanha está cada vez pior. Sabe quando a gente tem a sensação de vergonha pelo outro? É horrível, mas eu tenho vergonha por eles dois. Essa última leva de filmes faz do casal um par de palhaços. E o pior: com convidados.

Dessa vez eles fazem as vezes de gerentes do banco, daqueles bem malas, que tentam empurrar "vantagens" goela abaixo do cliente mesmo que para isso tenham que dizer absurdos. Tipo, dizer pra uma Sheila Melo feiosa que a única diferença entre ela e sua homônima famosa é que a outra tem mais "fundos", no resto são iguais. Dá até pra perceber uma faísca de boa intenção lá na origem da piada, mas que o resultado ficou desastroso, isso ficou. E o Joãozinho 30? Meu deus, que constrangimento!

O estranho é que mesmo na campanha elaborada por outra agência, a Almap/BBDO, para a Unibanco AIG Seguros & Previdência, o perfil de bobo-alegre-falamos-qualquer-coisa-para-te-agradar do casal continua! A propaganda só se salva pela brilhante "atuação" da hiena Hardy Har Har, que podia levar o filme sozinha! É de matar de rir as lamentações dessa "convidada". Tomara que nos próximos filmes a hiena tenha mais destaque...


7:49 PM .
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domingo, abril 13, 2003

Para marcar a volta das atividades desse blog depois de uma pequena tempestade, nada melhor do que falar de uma grande campanha inaugurada hoje! Pelo menos compenso os dias de ausência com um assunto fresquinho... :-)

Trata-se da campanha desenvolvida pela África para o lançamento da Vivo, a nova operadora de celular que é resultado de uma joint venture entre uma pancada de outras operadoras que já existiam antes. Nenhuma operadora de Minas entrou nessa, então não é provável que eu continue vendo campanhas da empresa...

Mas enfim, vamos lá. A princípio, o que eu achei fora de série foi a idéia de fazer inserções ao vivo de vários locais do país, com artistas famosos falando do lançamento. Não passei o dia todo em frente à TV, mas vi a Camila Morgado em Brasília e o André Marques em Salvador. Parece que estão ocorrendo grandes shows nesses lugares também. Essa cobertura integrada e ao vivo é uma jogada de mestre porque, além de aproveitar o jogo de palavras com o nome da empresa, dá um ar de grande importância ao acontecimento, como se fosse algo que vai mudar para sempre as nossas vidas! Ousado, caro, e bem adequado para um lançamento desse porte.

A crítica que faço é em relação à identidade da marca. A fonte da logo, a cor, o formato do bonequinho e até ? por quê não? ? o nome, curto, direto e sonoro, lembram muito a marca da Oi, uma das principais concorrentes da nova operadora. Eu considero que a Oi é um exemplo de comunicação, uma marca forte, com campanhas bem estruturadas e sempre seguindo a mesma linha desde o início. Daí que é até compreensível que se tente copiá-la nesse aspecto, mas podia ser mais disfarçado. Não que a logo e o nome da Vivo não sejam ótimos, mas também não são muito originais...

Finalmente, vi também o filme "não ao vivo" do lançamento da empresa. O que deve continuar passando nos próximos dias pois deve ser meio trabalhoso manter os globais de plantão durante a semana. ;-) É um filminho bem convencional, um clipe com várias imagens do país e um jinglezinho comum. Não é ruim, mas eu esperava mais do Nizan...


9:40 PM .
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sábado, abril 12, 2003

Este post é um teste.

Tivemos algumas turbulências e agora parece que as coisas estão se ajeitando. Mas estou tendo que aprender na marra algumas coisinhas... :-)

Se tudo deu certo, agora já tem de novo um link de comentários aí embaixo. De volta ao velho yaccs dos primeiros tempos do Intervalo. Infelizmente, creio que perdi um bocado de comentários... Mas também pode estar uma página meio esquisita. Não sei se os links funcionam e se os últimos posts aparecem, mas espero arrumar tudo o mais depressa possível.

Então, agradeço a compreensão e peço desculpas pela bagunça...


9:54 PM .
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terça-feira, setembro 24, 2002

Por trás de um vidro de box embaçado, vemos um vulto de homem tomando banho, cantando e dançando numa alegria quase infantil. O locutor, que é ninguém menos que o Pelé, fala que até ontem nosso amigo sofria problemas de disfunção erétil, mas tomou coragem e consultou um médico. A câmera mostra a esposa feliz ouvindo a cantoria do marido e corta para o Maracanã (?), onde o Pelé agora aparece e recomenda a quem tenha esse problema que "fale com seu médico. Eu falaria". Esse é o último filme da campanha criada pela Zero11 Propaganda para a Pfizer.

A escolha de Pelé - que recebeu R$2 milhões para estrelar a campanha - foi um acerto. Ele é uma pessoa idolatrada, respeitada e séria, e por mais que possa ter sido alvo de inevitáveis piadinhas, não passa, definitivamente, a imagem de impotente. Sei lá como seria alguém com cara de impotente, mas o Pelé, o rei do futebol, ah, ele não. No entanto ele se despe dessa imunidade que a fama lhe dá e se coloca lado a lado com todos os outros homens. Afinal, se até o Pelé admite que pode ser impotente (não que é, mas que pode ser), quem estaria livre? Ninguém. O primeiro passo para a quebra do tabu foi dado, e muito bem dado. Outro ponto positivo foi a responsabilidade com que o assunto foi abordado. Apesar de todos saberem que é uma propaganda de Viagra, o nome do remédio sequer é citado, e a recomendação é sempre que se procure um médico. Palmas!

A idéia de mostrar o sujeito cantando no banheiro também foi sensacional! Mostra bem a dimensão da alegria que uma decisão simples (procurar um médico) pode proporcionar. A gente acha mesmo que ele lavou a alma na noite anterior! O único defeito aí, pelo menos eu achei, foi a esposa. Na hora que mostra a esposa ela está com um sorriso, mas com uma cara de que tá pensando "ô, tadinho, tá tão feliz...". Sinceramente, a impressão que eu tive foi que durante o período difícil do marido ela não teve o menor problema. Bem, pode ter sido apenas uma falha na direção, mas pegou mal...

Finalmente, o Maracanã. Ok, ok, eu sei que ele simboliza que qualquer um numa multidão pode estar sujeito a ter uma disfunção erétil, eu sei que ele tem tudo a ver com Pelé, eu sei que futebol e sexo são dois dos assuntos preferidos dos homens, mas mesmo assim, não tem nada a ver aquele Maracanã ali! Primeiro porque não combina em nada com o resto do filme, segundo porque, vejamos se eu vou saber explicar, futebol parece que é meio rival do sexo. Sei lá, eu acho que quando o homem tá mais interessado em acompanhar a terceira divisão do campeonato regional do que em namorar, isso é sintomático. Daí que eu não sei se estender essa associação de assuntos para além da figura do Pelé é uma boa. Mas talvez eu esteja viajando demais.

No filme é dado o endereço deste site, onde você pode tirar dúvidas sobre a dificuldade de ereção e até fazer uma auto-avaliação.


2:55 PM .
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A DPZ é a agência responsável pela atual campanha da Coca Cola Light, com o conceito "Você com tudo". A idéia é associar o refrigerante a ousadia e atitude, e até o visual das latinhas foi modificado, ficando mais jovem e arrojado.

A campanha possui dois filmes. O primeiro, "Serão", mostra uma mulher trabalhando tarde da noite. Pela janela, um rapaz do prédio ao lado puxa assunto com ela, com gestos. Ela mostra que sua coca light acabou e ele escreve um cartaz com um telefone de tele-entrega. Mais tarde, a mulher se surpreende ao ver que o "entregador" é o próprio rapaz. Esse filme é simpatiquinho, engraçadinho, meiguinho, mas nada além desses "inhos". O rapaz foi ousado e criativo, o filme é bem feito, mas nada de espetacular. Nâo tem nada que "pegue".

O segundo filme se chama "Carro". Uma mulher tranca o carro com a chave e sua coca light dentro. Enquanto isso, três homens vêm andando e se mostram entusiasmados com a bela estampa da moça. Ela vai na direção de um deles com um olhar sedutor e decidido, arranca o cinto do estupefato rapaz e com ele abre a porta do carro, sem ajuda. Pega a latinha, dá um gole, olha pro mocinho e joga o cinto no banco do carro, batendo a porta e seguindo seu caminho sem se importar com ele, que continua olhando com cara de bobo.

Antes que pensem mal a meu respeito, quero deixar claro que eu DETESTEI esse filme. É inegável que ele chama bem mais atenção que o primeiro, mas eu abomino a apologia dessas atitudes babacas. O George já comentou que propaganda machista sempre dá pano pra manga por aqui, o que é verdade porque eu não engulo mesmo essas coisas. Mas, convenhamos, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Uma coisa é você ser uma mulher moderna, arrojada e independente, outra, muito diferente, é ser estúpida e grossa. Quer dizer que se eu tomar coca light eu vou ficar sarada e gostosa e isso vai me dar o direito de seduzir e e esnobar o primeiro coitado que cruzar o meu caminho? Não, obrigada, prefiro continuar sendo uma pessoa agradável e simpática, mesmo que não atraia muitos olhares na rua.

Apesar do filme infeliz, a Coca Cola Light tem nas mãos um caminho muito interessante. O slogan "Você com tudo" é simples, curto e sintetiza bem a idéia de ousadia que a marca quer fixar. Se a comunicação se focasse no aumento da auto-estima, sem que isso trouxesse junto uma atitude arrogante (aí o primeiro filme se encaixa bem, só que é meio fraquinho), era possível produzir uma infinidade de bons anúncios.


11:23 AM .
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segunda-feira, setembro 23, 2002

É bem verdade que campanhas de creme dental primam pela idiotice, mas tem um filme no ar atualmente que bate todos os recordes! É o do Colgate Tripla Ação. Vejam que belezura de jingle:

Este é André, ele está apaixonado...
quer halito fresco!
O seu pai conseguiu um emprego melhor...
quer os dentes brancos!
Sua irmãzinha Ana tem um novo dente...
precisa de proteção anti-caries!
Mamãe tem o que eles precisam:
Colgate Tripla Ação!!!
Para refrescar seu hálito,
deixar os dentes brancos
e te proteger das cáries...
Uma super mãe confia em Colgate Tripla Ação!
Refrescância, dentes brancos e proteção!


Além do jingle sofrível, o filme é todo péssimo. Cada personagem aparece "representando" o seu papel, dançando e olhando para a câmera com cara de bobos, confirmando o que diz a musiquinha. Uma tristeza! Se você não viu e quer conferir, o filme pode ser visto no site do produto.

Até onde eu sei, a conta da Colgate Palmolive é da Young & Rubicam, mas não achei mais nenhuma informação sobre o filme na internet.


3:54 PM .
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